SUTILEZA

EU SINTO MEDO DA VIDA,
DA CONVENIÊNCIA SUTIL DAS PESSOAS
QUE ENTRELAÇAM GESTOS,
ACOMODAM SITUAÇÕES...

EU SINTO MEDO DAQUELE INDECIFRAVEL VAZIO
QUE DE REPENTE NÃO TEM MAIS COMO PREENCHER.
DO CORAÇÃO QUE DÓI,
SE CORRÓI,
DA SOLIDÃO.

EU TENHO MEDO DA LOUCURA,
DA SANIDADE EXPLÍCITA DOS ANIMAIS.
EU TENHO MEDO DO QUE ME FALTA POR DENTRO
E DO QUE ME SOBRA.
DA SOMBRA NOTURNA,
DA LUZ DIURNA,
DOS HORIZONTES,
DOS MATINAIS.

EU TENHO MEDO INDETERMINADO,
FRENÉTICO,
LASCIVO,
CORROSIVO,
INEBRIANTE,
DA MINHA ALMA,
DA MINHA PRÓPRIA VOZ
TACITURNA E FRIA.

DAS MINHAS MÃOS,
VACILANTE CHAMA
NEGRITANDO O PASSADO.
EM CHAMAS O PRESENTE ARDE...
E AINDA ESTOU AQUI.